Em novembro do ano passado,
Angus Young,
Brian Johnson e
Cliff Williams, caíram na estrada para dar entrevistas falando sobre o novo álbum de estúdio do
AC/DC, “
Rock or Bust”.
A revista
Q Magazine conversou com Angus e Brian. Eles revelaram detalhes exclusivos sobre o estado de saúde do guitarrista
Malcolm Young, que se aposentou devido às essas complicações.
Leia alguns trechos
Sobre os boatos que sempre estão por aí em cada novo lançamento do AC/DC
Brian: “Sempre há três boatos por aí: que eu estou
querendo me aposentar, que Angus não vai mais usar o uniforme escolar e
que o lançamento será o último do AC/DC.”
Sobre a deterioração do estado de saúde de Malcolm Young
Angus: “Naquela época, enquanto estávamos trabalhando no material para o álbum ‘
Black Ice’,
eu sentia que algo não estava certo com o Mal. Ele estava fazendo
coisas que ele normalmente não faria. Principalmente com as coisas de
memorização. Eu falei pra ele que era melhor procurar um médico. Ele
disse: ‘Ahh, isso não é nada’. Mas, finalmente ele decidiu resolver isso
antes de gravarmos o álbum ‘Black Ice’ [2008].”
“[Malcolm foi então diagnosticado com demência e teve uma atrofia
cerebral] Eu perguntei à ele: ‘Você tem certeza que quer continuar com
as coisas?’, e ele disse: ‘Sim, vamos seguir em frente, vamos finalizar
isso’. Foi ele que sugeriu o produtor
Brendan O’Brien para produzir o álbum [Black Ice], e então eu pensei: ‘Bom, ele deve saber o que ele quer…’.”
Angus conta que Malcolm gravava uma faixa de guitarra e então pedia à
ele para procurá-las. Ou então tinha cerca de 30 versões de um trecho
de guitarra e não conseguia decidir qual era a melhor.
De acordo com Angus, essa confusão de Malcolm em estúdio foi um
tremendo choque. “Antes, Malcolm sempre foi muito organizado: data,
tempo… ele era muito organizado e objetivo”. Ele ri e diz: “Depois disso
eu tive que me organizar!”
O álbum “Black Ice” foi lançado em outubro de 2008. No processo de
finalização do disco, Malcolm que já tinha sido diagnosticado e estava
usando medicamento, disse à Angus que ele queria sair em turnê. “Ele me
disse: ‘Vamos seguir. Vamos até eu não conseguir mais’.”
“Ao vê-lo tocar, você não notaria”, diz Brian. “Ele se confundia um
pouco… algumas vezes… mas era raro. Ele tinha dias ruins. Ele mesmo
dizia: ‘Hoje é um dia ruim’. Eu ficava ao lado de Malcolm e eu jamais
diria que ele estava doente – não dava pra perceber. A única coisa que
ele nos disse quando estávamos na metade da turnê foi que ele estava
indo para o microfone fazer os backings sem ser o momento… E depois de
um dos shows, ele disse: ‘Ei Johnna, se você me ver fazendo isso de
novo, dê um sinal com as mãos pra mim, beleza?’ E eu disse: ‘Semm
problema, parceiro’. Então os sinais da doença foram poucos.”
“Ele conseguiu esconder bem”, concorda Angus. “Ele me perguntava no
fim do show: ‘Onde eu errei?’ Eu dizia que tinha sido em algumas coisa
aqui e ali e que ninguém notaria. Só eu poderia notar porque eu estou
com ele e escuto as diferenças. Mas ele teve que reaprender muita coisa
que conhecia. Então algumas vezes ele passava o dia ensaiando,
reaprendendo. Em certos dias ele parecia estar perdido.”
Brian brinca de repente: “E até mesmo nos dias em que ele estava
ruim, ele parecia estar melhor do que eu nos meus melhores dias!”
Com a maratona da turnê finalizada, Malcolm e seus companheiros de
banda estavam esperando que sua condição de saúde pudesse ser
controlada, e até mesmo que ele fosse curado. Mas seu estado de saúde
passou por situações complicadas. Primeiro, ele foi diagnosticado com
câncer de pulmão. Felizmente, o diagnóstico foi feito cedo e os médicos
conseguiram fazer operações com sucesso sem a necessidade de
quimioterapia.
Depois disso, Malcolm descobriu que tinha um problema cardíaco. Brian
só descobriu isso quando esteve em Londres num jantar com Malcolm e
esposa há alguns anos. “Isso é típico de Malcolm – ele segurou a minha
mão e [bateu ela repetidamente no peito dele]. Ele disse: ‘Marcapasso.
Bom pra caralho, parceiro’. Ele me assustou pra cacete! Ele estava com
os olhos lacrimejados e bastante feliz com aquilo. Pareceu que ele
estava mostrando um novo amplificador, algo assim.”
Angus: “Toda vez que eu encontrava com ele, eu
perguntava se a banda deveria continuar ou não. Eu até mesmo perguntava
se ele estava tentando tocar guitarra, e ele não estava. Então eu
pensei: ‘Devo continuar? ’ Eu conversava com o meu irmão George [Young],
e George perguntou: ‘É o que você realmente quer? Você acha que deve
continuar?’, respondi, ‘Não é fácil’. Então ele falou: ‘Você conhece o
Mal melhor do que ninguém. Mal sempre quis continuar, sempre continuar
tocando’. Eu pensei: ‘Ok. Eu vou tentar’.”
Para ler o conteúdo completo da entrevista com Angus e Brian, acesse o site da revista e compre a edição.
Fonte: Q Magazine