Para quem não sabe, Dave Evans era o frontman do AC/DC, antes mesmo do Bon Scott e do Brian Johnson.
A banda lançou
apenas um single com Evans no vocal, a versão original de 'Can I Sit
Next To You Girl', de 1974, mais tarde relançada no álbum 'T.N.T.' em
1975 com Bon Scott nos vocais.
O vocalista de 58 anos de
idade ainda faz turnês pelo mundo e esse mês ele vai tocar pela primeira
vez na Noruega, com os noruegueses do Barbed Wire.
A NRK recentemente conduziu uma entrevista com ele sobre os primórdios da banda. Confira alguns trechos:
A história do AC/DC
começa em novembro de 1973, quando o guitarrista base Malcolm Young
colocou um anúncio no 'The Sydney Morning Herald' procurando por um
vocalista de rock que gostasse de Free e Rolling Stones. Evans pegou o telefone.
"Era
o Malcolm no outro lado da linha. Ele tinha estado em uma banda chamada
The Velvet Underground em Sydney, que era top das bandas covers. Depois
que ele saiu, eu me juntei àquela banda, quando o vocalista também
saiu. Ele tinha ouvido falar sobre mim, já que ele mantinha contato com
os outros caras. Então ele disse 'Venha e ensaie com a gente'. Eles eram
três no momento - Malcolm na guitarra, Colin Burgess na bateria e Larry
van Kriedt no baixo. Então nós tocamos Rolling Stones, Free e outras coisas."
"Pensamos que tinha soado legal, então apertamos nossas mãos e nós tinhamos uma banda."
"E
então, mais ou menos uma semana depois, Malcolm nos perguntou se o seu
irmão mais novo poderia fazer um teste. Nós tocamos e foi legal. Todos
nós apertamos nossas mãos e assim nós cinco ficamos juntos, diz Evans."
Um mês antes, o vocalista tinha recusado uma proposta para entrar em uma banda do Angus, Kantuckee.
"Ele
veio na minha porta e disse 'Eu sou Angus Young, irmão mais novo do
Malcolm Young e do George Young'. Ele tinha ouvido falar que eu tinha
saído do The Velvet Underground e estava procurando por um vocalista.
Então eu pedi para ele e ele tocou para mim algumas coisas, e eu não
gostei tanto. Então eu não entrei pra banda dele. Ele nunca esqueceu
aquilo. Mas eu honestamente não tinha gostado daquelas músicas dele."
No começo, o setlist do AC/DC incluía um bom número de covers. Mas os irmãos Young já estavam escrevendo músicas próprias para a banda, algumas vezes incluindo Dave no processo.
"Além
do single, nós gravamos 'Soul Stripper', 'Rock & Roll Singer' e
'Little Lover'. Aquelas versões nunca foram lançadas, os caras ainda tem
elas guardadas em algum lugar. Nós também iríamos gravar 'Baby Please
Don't Go'. Eu também tinha escrito uma música com a banda, 'Fell in
Love' e nós tínhamos outros dois chamados 'Sunset Strip' e 'The Old Bay
Road'. Nós estávamos acabando nosso primeiro álbum, diz Evans."
"Quando
o Bon entrou, eles reescreveram as letras das músicas, o que me
incomodou um pouco. 'Fell in Love' virou 'Love Song' e 'Sunset Strip'
virou 'Show Business'."
Há muitas histórias diferentes sobre como você saiu da banda. Algumas delas dizem que você não aparecia nos shows.
"Não,
isso é besteira. Quando nós estávamos em Perth, nós fazíamos três shows
em um dia por dois ou três dias de uma vez. Minha voz falhou
completamente. Eu não conseguia cantar, eu mal conseguia falar. Mas ao
invés de cancelar alguns shows, o empresário, que costumava cantar em
algumas bandas anos atrás, se juntou à banda e cantou naqueles shows.
Eles tiveram que mudar o setlist, porque ele não conhecia todas as
músicas que eles estavam tocando. Ele tentou 'Can I Sit Next To You
Girl' e então eles tocaram um monte de músicas do Chuck Berry. Foi um
lixo. Qualquer banda normal teria cancelado. Mas eu estava lá,
assistindo isso."
Então como isso acabou?
"Nós tivemos uma
noite de folga em Adelaide. Nós tomamos uns drinks e conversamos, então
ele fez alguns comentários desrespeitosos sobre mim. Eu atravessei a
sala e o ataquei. Os garotos nos separaram, e ninguém se machucou. Mas
eu saí da banda depois disso. Eu disse ‘Então é isso, estou saindo’. Na
manhã seguinte nada mais foi dito porque nós tínhamos mais alguns shows
pra fazer. Nós decidimos continuar juntos até o fim da turnê. Os shows
foram fantásticos, mas nós não estávamos conversando uns com os outros."
Como é ser ‘O cara que cantava no AC/DC’?
"Quando eu estava com o Rabbit, o AC/DC era dificilmente mencionado. Mas eu nunca posso me livrar disso, porque o AC/DC
é grande demais. Isso sempre será meu legado. Está em todas as
entrevistas que eu já dei e os fãs não deixam isso passar de jeito
nenhum. Mas eu estou resignado ao fato e posso celebrar que eu sou um
dos membros fundadores do AC/DC. E eu estou orgulhoso disso."
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